RESUMO
Trabalhar é essencial para a vida dos indivíduos e seu sentido é construído a partir das percepções subjetivas e do contexto socio-histórico de cada um. No entanto, para muitas mulheres, alguns marcos da vida, como a gestação, exigem grande reorganização da sua própria identidade e de suas prioridades. Nesse sentido, esta pesquisa tentou compreender os sentidos do trabalho para mulheres em período gestacional. Oito gestantes trabalhadoras foram entrevistadas e os dados submetidos à análise de conteúdo. Logo, pôde-se verificar que, para as entrevistadas, um trabalho que tenha sentido é o que proporciona prazer, satisfação e realização. Sobre o trabalho e a gestação, apesar de notarem mudanças no modo de realização das atividades laborais, as mulheres não consideraram a gravidez um impeditivo, reforçando a ideia de trabalho como fonte de segurança financeira e de subsistência. Dessa forma, identifica-se um deslocamento dos sentidos do trabalho que antes eram predominantemente positivos, e, durante a gestação, um fortalecimento da perspectiva instrumental. Percepções sobre trabalho e gestação corroboram com a compreensão de centralidade dos fenômenos e com a reflexão sobre as mudanças que a gestação pode trazer à vida das trabalhadoras e ao seu vínculo com o trabalho
Working is central to the individuals' lives and its meaning is constructed from subjective perceptions and by the social-historical context of each person. However, for many women, life milestones such as pregnancy, require a great reorganization of their own identity and of their priorities. In this sense, this research tried to understand the meanings of work for pregnant women. Eight pregnant workers were interviewed, and the data were submitted to content analysis. Thus, we could observe that, for the interviewees, a meaningful job is what provides pleasure, satisfaction, and fulfillment. Regarding work and pregnancy, despite noticing changes in the way of carrying out work activities, women do not consider pregnancy to be an impediment, reinforcing the idea of work as a source of financial security and subsistence. In this way, we identified a shift in the meanings of work that were previously predominantly positive, and, during pregnancy, the strengthening of the instrumental perspective. Perceptions about work and pregnancy corroborate the understanding of the centrality of the phenomena and the reflection on the changes that pregnancy can bring to the worker's life and to the bond with work